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Sahara, saudade não tem idade!!!
#1
No mundo do motociclismo é fácil, extremamente fácil encontrar um
grupo de pessoas que são simplesmente apaixonadas por um determinado
modelo, e deste, dificilmente irá abrir mão.

Em excemplo clássico são os apoixonados pela Hayabusa, apelidada de
simplesmente, "Busa".
Existem ainda os que se amarram na linha CB, tem até oficina que só
trabalha com CB, 7galo, e por ai se vai.

E, claro, porque não, nossa querida saharinha.
Esse texto foi tirado de uma reportagem feita em agosto do ano passado,
nove anos após a sahara ter sido descontinuado pela dona Honda...
publicada no site <!-- m --><a class="postlink" href="http://www.moto.com.br">http://www.moto.com.br</a><!-- m -->

o link do texto é esse:
<!-- m --><a class="postlink" href="http://www.moto.com.br/testes/conteudo/nx350_sahara_saudade_nao_tem_idade-17167.html">http://www.moto.com.br/testes/conteudo/ ... 17167.html</a><!-- m -->

Mas transcrevi para cá o texto caso não queiram abrir a página.

NX-350 Sahara: Saudade não tem idade
20 de Agosto de 2008

Por Mário Sérgio Figueredo

Li um teste publicado em 1993, que compara a Honda NX-350-Sahara
a uma moto 3 em 1, ou seja, uma estradeira para viajar nos fins de
semana, uma fora-de-estrada para relaxar nas estradinhas de terra
ao redor do sítio e uma urbana para ir e voltar do trabalho todos os dias.

Depois de ser o feliz proprietário de oito delas, por algo próximo há
dez anos — desde a primeira, lançada em 1990 até a 1997, penúltima
a ser produzida —, tenho que atestar a veracidade da feliz afirmação
daquele jornalista, que com sua sensibilidade afinada conseguiu
expressar resumidamente toda a essência dessa moto fantástica que é
a Honda NX-350 Sahara.

Até então eu me contentava com o que a XLX-350 oferecia, e não
eram poucas as suas qualidades, mas nunca me dei bem com a sua
partida "a feijão", chegando até a me machucar algumas vezes
com os "contras" que aquele pedal maldito dava.

E a danada nunca pegava na primeira pedalada. Era uma moto
temperamental e só pegava quando queria e muitas vezes, apesar
de insistentes pedaladas, recusava-se terminantemente a funcionar
seu motor. Até acho que às vezes ela ficava rindo do meu esforço sem resultados.

Com a Sahara, veio aquele querido, maravilhoso e fantástico botãozinho
amarelo no punho direito. Bastava um leve toque e o motor roncava
bonito, sempre na primeira tentativa, mesmo nos dias mais gelados pelas
geadas do inverno curitibano, quando se fazia necessário o auxílio do
botão do afogador que ficava confortavelmente localizado ao lado do
painel de instrumentos. Disse adeus às pedaladas (deixa elas pro
Robinho) e jurei nunca mais comprar nenhuma outra moto
desprovida da abençoada partida elétrica.

Andar com a Sahara foi outra agradável experiência. Muito parecida
com a XLX-350, em termos de conforto, ao encarar as imperfeições
tanto de pistas asfaltadas como em estradas de terra, mesmo as mais
esburacadas, ela oferecia ainda proteção aerodinâmica para pernas,
mãos e principalmente o peito do piloto, eliminando o desconforto do
vento batendo nestas partes em velocidades superiores a 120 km/h.
Isso graças à sua couraça de fibra-de-vidro e à bolha de acrílico que
também a embelezavam, atribuindo-lhe um porte de
moto grande, de maior cilindrada.

Outra modificação implementada pela Honda que aprovei de imediato
foi o rebaixamento do pára-lama, que foi fixado sobre a roda, eliminando
as incômodas balançadas provocadas pelo vento em velocidades mais
elevadas. Isso foi possível porque alguém lá na Honda percebeu o óbvio:
nenhum consumidor da Sahara iria usá-la em condições extremas que
exigissem o pára-lama fixado abaixo do farol. Ponto para a Honda.

Junto com esse embelezamento da moto, vieram alguns itens de
conforto prontamente aprovados por seus novos adeptos, como os
estribos e pedal de câmbio emborrachados, que preservava os calçados,
bagageiro original de fábrica, painel mais moderno incorporando numa
única peça o velocímetro, conta-giros e as luzes de ponto-morto,
indicativas de direção e de luz alta, fugindo do tradicional padrão de
dois instrumentos individuais, característico nas motos até então.

Uma das suas qualidades que muito me agradaram foi a sua falta de
apetite, ou seja, fazer médias de consumo em torno de 19 km/l na
cidade e 24 km/l na estrada era muito mais do que eu esperava para
uma moto que oferecia tanto em matéria de força e velocidade. As
paradas no posto de gasolina não eram tão dolorosas quanto poderiam ou deveriam ser.

Surpresa boa mesmo foi na estrada. Manter velocidades de cruzeiro
em torno de 120 a 130 km/h, apesar de acima dos limites permitidos
nas estradas paranaenses, aconteciam sem o menor esforço ou
sacrifício da máquina, graças ao seu bem escalonado câmbio de seis marchas.

Girando um pouco mais o acelerador era fácil chegar aos 145, 150 km/h,
já adentrando a faixa vermelha do conta-giros, desempenho que
refletia segurança em ultrapassagens mais ousadas. Mesmo assim, senti falta de
pelo menos mais uns 15 km/h de velocidade final. Mas isso era querer
demais para uma trail com pouco menos de 340cc.

Apesar da sua altura mais elevada do solo e também da sua estrutura e
seus pneus on/off road, a Sahara transmitia muita segurança nas curvas
e as encarava de frente, oferecendo estabilidade em inclinações
acima do que o bom senso recomendava.

Mesmo em asfalto ou paralelepípedo molhados, dava para abusar um
pouquinho da sua estabilidade oferecida pelos pneus tipo biscoito que a
equipavam originalmente de fábrica. Pra ela, não importava se a estrada
era boa ou ruim, encarava do mesmo jeito e passava por quebra-molas
como se eles não existissem, sem necessidade de redução da velocidade,
bastando dar uma pequena levantada da região glútea do banco.

Item que deixava um pouco a desejar era a estrutura e o formato do
banco, que provocava dores depois de tocadas mais demoradas,
principalmente na estrada, exigindo paradas freqüentes para esticar as
pernas e passar o desconforto nos quadris.

Pior ainda era andar com garupa, pois o formato do banco liso e inclinado
para frente fazia com que o garupa escorregasse contra o piloto,
pressionando partes sensíveis contra o tanque de gasolina. Isso exigia
reposicionamento constante tanto do garupa como do piloto durante a tocada.

Nas frenagens não tinha escapatória, o piloto tinha que suportar o seu
peso e o do garupa nos braços e isso cansava demasiadamente. A
vibração do seu motor monocilíndrico também era incômoda, mas
perfeitamente suportável.

Nunca fui muito ligado a detalhes técnicos das motos, mas na Sahara
sempre tive a impressão de que os engenheiros da Honda não
economizaram nos seus componentes. Todo o material utilizado na sua
fabricação era de excelente qualidade e durabilidade, desde o cabo de
embreagem, jogo de ferramentas, sistema de transmissão (corrente,
coroa e pinhão), borrachas, plásticos, tudo era de qualidade superior e
hiper-dimensionado.

Itens que merecem destaque são a embreagem, que agüentava
soberbamente mesmo quando exigida ao limite, e o sistema de freios a
disco simples na dianteira e tambor na traseira, que não decepcionava,
dando extrema confiança ao piloto quando exigidos com firmeza.

Viajar à noite era outro momento em que se podia perceber o zelo de
quem projetou seu sistema elétrico. O farol quadrado, fixo na carenagem
com uma única lâmpada, clareava muitos metros à frente, mesmo em luz
baixa, mostrando claramente qualquer obstáculo a uma distância segura,
dando tempo para reações emergenciais.

O restante do conjunto óptico, como piscas e lanternas, cumpriam
corajosamente sua função e durava muito tempo — em dez anos, lembro
de ter trocado apenas uma lâmpada do farol, duas de pisca e outra da
lanterna traseira, cujo filamento da luz de freio havia se rompido.

Defeitos, claro que ela tinha, não poderia ser perfeita. Além do banco
desconfortável e a vibração do motor monocilíndrico que já citei acima,
apresentava um vazamento crônico de óleo pelo respiro, que aparecia
sempre que era ligada com motor frio e inclinada sobre o descanso
lateral, detalhe que aborrecia por sujar o chão da garagem, mas não
representava nenhum problema mecânico. Simples erro de projeto que
não trazia maiores conseqüências.

Quanto à manutenção, pelo fato de que com nenhuma delas ultrapassei
30 mil km rodados, somente fiz troca de pneus, óleo, pastilhas e lonas de
freio, sempre com preços aceitáveis, desde que se optasse em fugir das
concessionárias Honda.

Um jogo de pastilhas de freio originais que custava perto de R$ 130 na
concessionária, mas era facilmente encontrada no mercado paralelo, de
marca consagrada e ótima qualidade e durabilidade, por módicos R$ 17.

Mesmo nas que usei até perto dos 30 mil km o sistema de transmissão
ainda encontrava-se em boas condições graças aos cuidados que
sempre tive com a lubrificação da corrente.

De todas as inúmeras motos que tive, seguramente a Sahara foi a que
melhor me adaptei e tornei-me fã incondicional. Lamentavelmente sua
produção foi interrompida em 1998 com a substituição pela Falcon, que
ficou "devendo" alguns itens como a sexta marcha, proteção
aerodinâmica e economia de combustível, mas sendo aprimorada no
grande ponto fraco da Sahara, que era o banco extremamente desconfortável.

O mercado de motos está em permanente desenvolvimento e parece
que algumas montadoras estão acordando para este fato. Espero
ansiosamente que logo tenhamos à disposição para compra motos
dual purpose mais sofisticadas, como a TransAlp, Varadero, BMW e
V-Strom, todas de menor cilindrada e conseqüentemente com preços
mais acessíveis e adequados ao fraco poder aquisitivo dos brasileiros,
suprindo assim a lacuna deixada pela Honda NX-350-Sahara.

O “motonauta” Mário Sérgio Figueredo participou do Moto Repórter,
canal de jornalismo participativo do MOTO.com.br.

Fonte:
Moto Repórter

É turma, nossas saharitas foi uma moto além do seu tempo...
Martinez
SaharaMANÍACOS, prazer em viajar.
Moto não tem idade, tem dono. Honda NX 350 Sahara/99
Não basta ter sahara, tem que ser maníaco!!!
[Imagem: cachoeiracopy.jpg]
Responder
#2
Martinez Escreveu:Pior ainda era andar com garupa, pois o formato do banco liso e inclinado
para frente fazia com que o garupa escorregasse contra o piloto,
pressionando partes sensíveis contra o tanque de gasolina. Isso exigia
reposicionamento constante tanto do garupa como do piloto durante a tocada.


É turma, nossas saharitas foi uma moto além do seu tempo...
Martinez

Meu pai teve um 96 Azul bem escuro, (nunca encontrei outro moto igual), isso em 99, mas ficou pouco mais de 3 meses com ela..

Acabou a vendendo por este motivo acima citado.

Uma judiação, se fosse hoje eu nuna o deixaria vender aquela moto.


Abraços

Renato Crem
Concedeinos Senhor:
Serenidade para modificar as coisas possiveis, Coragem para aceitar as que não podemos mudar e Sabedoria para distinguir umas das outras.
Öração da Serenidade
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#3
Sem palavras!!!
Muito bom ver alguém além de nós (saharamaníacos) que diz tal coisa de uma moto que por onde passo, chama mais atenção do que a Falcon!
[Imagem: botton-4ANOS.gif][Imagem: assinaturaSM5niver2.jpg]
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#4
ótimo texto martinez
Responder
#5
Apesar da interrupção da fabricação, felizes nós que as possuímos.....
[Imagem: bandeirars.jpg]
"Sirvam nossas façanhas, de modelo a toda Terra!"
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#6
Belíssimo texto.
E a aí Martinez!!!!!!!!!!
Que faz a saudade de uma Sahara.
Principalmente da Thuchuca muito bem rodada nas areias de Floripa.

Big Grin Big Grin Big Grin Big Grin Big Grin Big Grin Big Grin Big Grin Big Grin Big Grin Big Grin Big Grin Big Grin
"Se alguém cortar a frente:
Não bato......eu atravesso"
  [Imagem: logo_maniacos_3D1.gif][Imagem: BannerFaixa-1.jpg]
[Imagem: assinaturaSM5niver2-1.jpg]
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#7
O Mário Sergio é o verdadeiro SAHARAMANIACO. 10 saharas.
Por essas e outras, continuo com minha Sahara.
Responder
#8
Big Grin Big Grin Big Grin Big Grin A minha apresenta uns probleminhas aqui!!! outro acolá!!!, mas aos locais que ela me leva e aos momentos de felicadade nos passeios são coisas inexplicáveis.... Big Grin Big Grin Big Grin Sahara sempre.....paixãoooooooooo..........
NILSON KARIOKA-POMERODE
[Imagem: Z1j5zhw7.jpg?ver=1332981885]
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#9
A Iaci Mariano, maníaca do Rio de Janeiro ja teve 7 ou 8 saharas, dentre as suas mais de 36 motos.
O Jotace deve estar quase superando essa marca também... Big Grin

Bom, eu sou maníaco de uma sahara só!
Trata-se de uma sahararita roxinha ano 99, toda estrupiada, beirando
os seus 200 mil km (isso em abril de 2010), mas a velhinha será pra sempre minha... Big Grin

[Imagem: IMG_2989.jpg]

[Imagem: IMG_23611.jpg]

[Imagem: IMG_22681closeBR040.jpg]

[Imagem: IMG_2142NazarenoMG.jpg]

[Imagem: IMG_20581BR-262.jpg]

[Imagem: banner.jpg]
SaharaMANÍACOS, prazer em viajar.
Moto não tem idade, tem dono. Honda NX 350 Sahara/99
Não basta ter sahara, tem que ser maníaco!!!
[Imagem: cachoeiracopy.jpg]
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#10
Acho que estou na minha 6ª sahara. Já não tenho muita certeza... Confusedhock: Big Grin Big Grin

No momento estou com 2, uma 96 com 62k, funcionando como um relógio (a dos 31,66 km/l) e outra 99, com 14k.

Pelo jeito, vou vender a 96 e colocar a 99 na cristaleira, saindo apenas em ocasiões especiais.

Mais pra frente compro outra moto. As opções são a 66, a strominha e a GS 650, nesta ordem. Vai depender de tempo... Big Grin
63a - HD Sport Glide, 2019, vermelha.  Rolleyes
A sua imagem no avatar facilita o reconhecimento.
E nomes impronunciáveis... Nem pensar. Queremos ser lembrados pelos amigos.






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