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Honda Varadero X Suzuki V-Strom
#1
Como sei que tem (muita) gente sonhando com um desses modelos na garagem, a sugestão é ler esse comparativo do site Web Motors:

http://www.webmotors.com.br/wmpublicador...hnid=39781
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#2
Honda Varadero X Suzuki V-Strom
Com ciclística semelhante, Honda Varadero e Suzuki V-Strom são feitas para longas viagens, qualquer que seja o caminho
Texto: Arthur Caldeira/InfoMoto
Fotos: Caio Mattos/InfoMoto
(06-06-08) - Duas big-trails, como a Honda Varadero XL 1000V e a Suzuki V-Strom DL 1000, só podem ser comparadas dentro da sua proposta: uma longa viagem sem se preocupar com o caminho. Tínhamos então pela frente mais de 300 km até o circuito das águas em Minas Gerais. Passando por excelentes estradas, como a rodovia Carvalho Pinto, e por estradas sinuosas e de asfalto precário, como a que sai de Cruzeiro, no Estado de São Paulo, e vai até a cidade mineira de Passa Quatro.

Tudo pronto para a viagem, só restava conferir um importante detalhe antes de pegar a estrada: as motos estavam abastecidas? A Suzuki V-Strom nos trazia a resposta logo ao se girar a chave – o marcador de combustível informava que o enorme tanque (de 22 l) estava cheio. Já no painel da Honda Varadero falta essa informação. Pois foi assim nos detalhes que essas duas grandes aventureiras com motores de dois cilindros em “V” de 1.000 cm³ mostraram suas qualidades e pontos fracos.

Ciclística

As semelhanças são tantas que podemos resumir as características ciclísticas dessas duas big-trails em poucas palavras: um quadro tipo diamante com o motor fazendo parte da estrutura, suspensões telescópicas de longo curso na dianteira e um único conjunto mola-amortecedor fixado por links à balança traseira. As rodas de liga-leve são calçadas com pneus de uso misto, muito mais on do que off-road.

Porém, o grande ponto positivo de ambas é o conjunto de suspensões que absorvem as imperfeições do asfalto sem incomodar o piloto. Claro que, apesar da proposta de uso misto, não foram projetadas para o off-road pesado.

O sistema de freios também é parecido nas duas. Discos duplos na dianteira e simples na traseira. A Honda Varadero leva vantagem por trazer o sistema Dual Combined ABS (antitravamento).

Motor e câmbio

Assim como na parte ciclística, os motores de Honda Varadero e Suzuki V-Strom são bastante semelhantes na concepção. Como o próprio nome oficial das motos diz, são dois propulsores de dois cilindros em “V” com quase 1.000 cm³: exatos 996 cm³. Têm refrigeração líquida e alimentação por injeção eletrônica.

Mas é no comportamento e nos números de desempenho que eles se diferenciam. A Honda declara potência máxima de 93,8 cv a 7.500 rpm, enquanto a Suzuki oferece 98 cv a 7.600 rpm. O torque é bastante semelhante: a Varadero tem 9,9 kgm a 6.000 rpm e a V-Strom 10,3 kgm a 6.400 rpm.

Como mostram os números e o uso na estrada, o motor da big-trail Suzuki tem um comportamento mais esportivo e uma resposta mais imediata ao acelerador, justificando sua origem esportiva, afinal esse V2 equipava a esportiva TL 1000, já fora de linha. Já na Varadero, apesar de o motor ter a mesma base da esportiva VTR 1000, o V2 tem um comportamento mais macio, fazendo jus à tradição Honda de motores mais “comportados”. Ambas ainda são equipadas com a sexta marcha overdrive para economia de combustível e menos vibração na estrada.

Conforto e ergonomia

No quesito ergonomia, ambas receberiam altas notas. Com uma postura ereta e protegido pelo pára-brisa – que oferece regulagem manual na V-Strom – o motociclista se sente apto a viajar centenas de quilômetros. Mas bastaram 160 km para notar que o banco com uma capa de gel e revestimento antiderrapante da Varadero oferece mais conforto que o banco de couro e uma densa espuma da V-Strom. Não que o modelo Suzuki seja desconfortável, mas é inferior se comparado ao banco da Honda.

Outro item de conforto e também de segurança, presente em ambas, é o protetor de mão. Além de proteger as mãos e os manetes em caso de pequenas quedas, desvia o vento em dias frios.

Painel e estilo

Ambas trazem um painel completo com dois grandes mostradores redondos que informam a rotação do motor e a velocidade. Completam as informações, relógios, temperatura do motor e luzes de advertência. Apesar da ausência do marcador de gasolina, a Varadero traz um computador de bordo que informa o consumo imediato e a autonomia da moto quando o nível de combustível chega à reserva.

O estilo de ambas segue fielmente a identidade visual das big-trails – pára-brisa, tanque enorme, bengalas dianteiras longas etc. Mas enquanto a Honda tem um design de linhas arredondadas, a Suzuki traz linhas angulosas. No restante se parecem: têm dois faróis (muito eficientes, vale dizer), duas saídas de escape e bagageiro traseiro. No quesito estilo, a escolha fica mesmo por conta do gosto pessoal de cada um.

Preço

Se até agora ficou difícil escolher qual a melhor, o preço também não ajuda em nada, pois a diferença entre elas é pouca. A Honda XL 1000V Varadero está cotada em R$ 49.269,16 (US$ 28.064,00), já a Suzuki DL 1000 V-Strom R$ 48.584 na tabela (ambos preços sugeridos, sem frete e seguro).

A escolha acaba mesmo nos detalhes. Uma tem marcador de combustível, a outra não. A Varadero tem freios ABS, a V-Strom não. A big-trail Suzuki tem um motor mais esportivo, enquanto a da Honda é mais comportada. Escolha a sua.

FICHA TÉCNICA – Suzuki DL-1000 V-Strom X Honda XL 1000V Varadero


















MODELOS Suzuki DL-1000 V-Strom Honda XL 1000V Varadero
MOTORES Quatro tempos, V-Twin a 90º, 8 válvulas, DOHC, refrigeração líquida, 996 cm³ Quatro tempos, DOHC, 2 cilindros em “V” a 90º, 8 válvulas, arrefecimento a líquido, 996 cm³
POTÊNCIAS 98 cv a 7.600 rpm 95 cv a 7.500 rpm
TORQUES 10,3 kgm a 6.400 rpm 9,9 kgm a 6.000 rpm
ALIMENTAÇÕES Injeção eletrônica Injeção eletrônica
TRANSMISSÕES FINAL Corrente Corrente
CÂMBIOS Seis marchas Seis velocidades
PARTIDAS Elétrica Elétrica
RODAS Dianteira de aro 19” e traseira de aro 17” Dianteira de aro 19” e traseira de aro 17”
PNEUS Dianteiro 110/80 R19M/C 59H, sem câmara; traseiro 150/70 R17M/C 69H, sem câmara Dianteiro 110/80 – ZR19 sem câmara; traseiro 150/70 – ZR17 sem câmara
CHASSIS Comprimento de 2.295 mm, 910 mm de largura total, altura de 1.395 mm, distância entreeixos de 1.535 mm, altura mínima do solo de 165 mm, altura do assento de 840 mm e peso a seco de 208 kg Quadro Diamond (pivotless) de seção tubular, com comprimento de 2.295 mm; largura de 925 mm; altura de 1.500 mm, altura mínima do solo de 181 mm; entreeixos de 1.560 mm; altura do assento de 838 mm; peso a seco de 241,5 kg
TANQUES 22 l 25 l (4 l de reserva)
SUSPENSÕES Dianteira com telescópica invertida de amortecimento hidráulico, pré-carga da mola ajustável; traseira com balança de amortecimento hidráulico tipo link, com ajustador remoto manual da pré-carga Dianteira com garfos telescópicos de 43 mm de diâmetro e 155 mm de curso; traseira monoamortecida Pro-Link, com curso de 116 mm e ajuste do retorno e da pré-carga da mola
FREIOS Dianteiro com dois discos ventilados flutuantes, mordidos por pinças deslizante de 2 pistões de acionamento hidráulico; traseiro com disco ventilado, mordido por pinça deslizante de pistão simples de acionamento hidráulico Dianteiro com duplo disco flutuante de 296 mm com pinças de 3 pistões (com sistema DCBS e ABS); traseiro com disco simples de 256 mm de diâmetro com pinça de dois pistões
CORES Cinza, preta e azul Prata e vinho
PREÇOS R$ 48.548 R$ 49.269,16
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#3
Bom comparativo.
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#4
Achei este comparativo um pouco mais completo.

<!-- m --><a class="postlink" href="http://www.revistaduasrodas.com.br/teste/detalhes.aspx?id=418">http://www.revistaduasrodas.com.br/test ... spx?id=418</a><!-- m -->
Minha Sahara não é a moto mais econômica, não é a mais bonita e muito menos a mais rápida,
porém a tenho desde zero e no dia 11-4-2009 completou 100.000 km comigo,
sem nunca ter me deixado na estrada com qualquer problema mecânico.
Isso a faz a melhor moto do mundo para mim.
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#5
Varadero e tenho dito!!
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#6
Caico, para os pobres que não assinam a revista, transcreva ai. Big Grin
SaharaMANÍACOS, prazer em viajar.
Moto não tem idade, tem dono. Honda NX 350 Sahara/99
Não basta ter sahara, tem que ser maníaco!!!
[Imagem: cachoeiracopy.jpg]
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#7
Martinez Escreveu:Caico, para os pobres que não assinam a revista, transcreva ai. Big Grin

Martinez, eu sou pobre, não assino a revista mas consegui ver o teste!
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#8
pato_donald_vini Escreveu:
Martinez Escreveu:Caico, para os pobres que não assinam a revista, transcreva ai. Big Grin

Martinez, eu sou pobre, não assino a revista mas consegui ver o teste!

onde, como, quando, que dia... no link do Caico?
Aqui só abriu a foto, nada mais. Confusedhock:
SaharaMANÍACOS, prazer em viajar.
Moto não tem idade, tem dono. Honda NX 350 Sahara/99
Não basta ter sahara, tem que ser maníaco!!!
[Imagem: cachoeiracopy.jpg]
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#9
Martinez Escreveu:onde, como, quando, que dia... no link do Caico?
Aqui só abriu a foto, nada mais. Confusedhock:

Aqui, clicando, agora, dia 19, no link do Caico!


Aqui abriu normal... e realmente é um teste bem mais completo. Se fosse pra escolher, me desculpe a Dona Honda, mas a V-Strom é um absurdo de linda... quem sabe daqui a 20 anos eu compro uma 2008, até lá vai estar baratinho!
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#10
Eu não sou assinante da revista, mas aqui abre tranquilo o link ... bem como tu não está conseguindo ... aí vai:

Antes só queria fazer uma observação sobre as motos, concordo com o guifarma que a Varadeiro tem alguns aspectos que é UM POUCO superior a V-Strom, mas não juntifica o mais de R$ 5.000,00 de diferença! Mais de 10%! Nós que precisamos economizar mais de 1 ano para alcançar nosso sonho de consumo, não justifica uma diferença tão grande ... e ainda tem o fato que a V-Strom já está a mais tempo no mercado e as peças estão mais baratas e mais fáceis de encotrar.

Agora, se dinheiro não fosse problema, partia logo para uma BMW GS 1.200, que tem a resistência digna de um tanque de guerra, cardã, tanque de 33 litros, regulagem elétrica das suspensões através de botões no painel, etc, etc, etc!





Nem ao mar nem à terra
Levamos a Honda Varadero 1000 e a Suzuki V-Strom 1000 para um “passeio” de quase 2.000 km por estradas de asfalto, terra e até na pista!


A paisagem que nos aguardava faz parte de um roteiro histórico. A velha estrada sinuosa que liga Cunha (SP) a Paraty (RJ) ainda preserva um trecho de terra desde os tempos do transporte de ouro entre a portuária Paraty e a antiga capital Ouro Preto (MG). As big-trail Honda XL 1000V Varadero e a Suzuki DL 1000 VStrom iriam se enfrentar pela primeira vez em nossas mãos. Para o Leandro Mello, com seus quase 2 metros de altura, equilibrar os 257 kg (seco) da Varadero não seria nada demais. Mas para mim, com apenas 1,70m o desafio seria manter os 208 kg (seco) da V-Strom na vertical, um desafio assustador, principalmente porque já tinha em meu currículo um tombo com essa moto em outro passeio na terra. Se esse cenário já estava me preocupando, tudo piorou porque apenas meia hora antes essa estrada tinha sido literalmente banhada por uma chuva torrencial de verão. E minhas pernas não alcançavam no chão!



Até chegar a esse ponto da nossa viagem-teste nós nos revezamos na pilotagem dessas duas grandes motos, simulando várias situações de um usuário padrão. Levamos até uma pesada mochila nas costas, além de amarrar parte da bagagem nos respectivos bagageiros. Parecíamos dois aventureiros rumo à uma viagem transcontinental. Mas era apenas interestadual mesmo, saindo de São Paulo, com chegada ao Rio de Janeiro e retorno. Nada de muito radical, afinal as motos não nasceram para isso, mas com pisos muito variados. Experimentamos desde o asfalto “tapete” da Rodovia Ayrton Senna, até as pedras seculares de Paraty. Desse cardápio de situações conseguimos retirar dessas duas motos uma avaliação completa.



Estilo

É um tema complexo, porque envolve preferências pessoais, mas ambas adotam a linha big trail-touring, uma espécie de coquetel de big trail com touring. Isso significa o seguinte: as suspensões têm curso maior do que uma moto touring, as rodas dianteiras são maiores (19 polegadas em ambas), mas os pneus – sem câmera – são mais finos, têm maior perfil e desenho para se adaptar às estradas de terra. É mais ou menos como pegar uma moto touring, levantar a suspensão e colocar pneus mais finos e altos.



A Suzuki tem um desenho mais esportivo, com a carenagem levemente mais “pontuda” e baixa, enquanto a Varadero tem aparência mais clássica. Nas duas o piloto se posiciona com o corpo bem ereto, extremamente confortável e a carenagem desvia o ar para cima do capacete. Guidão largo e equipado com protetores de mãos é muito parecido nas duas. Aliás, as duas motos são tão parecidas em termos de posição de pilotagem que durante o teste várias vezes me pegava pensando que estava pilotando uma e na verdade estava na outra! De vez em quando eu tinha de olhar o painel para conferir em qual moto eu estava montado.

As diferenças são percebidas em pequenos detalhes. O painel da Suzuki conta com marcador de nível de gasolina, ausente na Honda. Em compensação a Varadero tem um computador de bordo que mostra o consumo instantâneo. Admito que preferia um marcador de gasolina, porque esse computador precisa de uns três segundos para incrementar uma nova medida, portanto o piloto nunca sabe se a medição é a do momento ou de três segundos atrás. Para compensar, quando entra reserva o painel dá uma leitura hipotética de quantos km o piloto pode rodar antes de acabar a gasolina. Ou seja, a utilidade desse computador é bem relativa! Outro item a favor do painel da V-Strom é a indicação de última marcha (overdrive), que evita ficar engatando uma sétima e falsa marcha, muito útil em estradas sinuosas com constantes trocas de marchas.



No acabamento as duas são semelhantes e só mesmo um cara muito chato encontraria grandes diferenças. Um detalhe a favor da Varadero são os piscas dianteiro e traseiro embutidos, enquanto na V-Strom eles ainda são por hastes. Portanto não deixe a Suzuki tombar. Na parte mecânica ambas são equipadas com motos em V, a 90º, com injeção eletrônica, herdados dos modelos esportivos das respectivas marcas. Até a capacidade cúbica é igual: 996 cc. Uma pequena diferença fica por conta da potência, a Suzuki tem 99,3 cv a 7.600 rpm e torque de 10,3 kgf.m a 6.400 rpm. A Honda tem potência de 93,8 cv a 7.500 e torque de 9,9 kgf.m a 6.000 rpm.



Conforto & sufoco

Para essa avaliação usamos dois parâmetros de biótipo que vai desde o nanico (eu) até o ogrofórmico Leandro. Para minhas dimensões as duas são muito confortáveis e os pára-brisas desviam o ar por cima da cabeça. Pegamos um calor absurdo de 38ºC no Rio de Janeiro e eu precisava ficar em pé nas pedaleiras para receber um ar frontal e refrescar um pouco. Já o Leandro com os 1,92 m ficava com um palmo de cabeça pra fora do párabrisa. O pára-brisa da Suzuki tem uma entrada de ar que permite ventilar o corpo do piloto, já na Honda o pára-brisa é fechado e tem uma tira de borracha que insiste em se soltar. Se eu sofri com o calor, por outro lado quando enfrentamos pancadas de chuva torrenciais os pára-brisas nos garantiram uma viagem mais confortável.


A suspensão das duas segue a mesma receita de garfo telescópico na dianteira e monoamortecimento na traseira. Ambas contam com regulagem de pré-carga de mola na traseira, mas só a Suzuki tem também regulagem da suspensão dianteira. Esse detalhe faz uma baita diferença quando se enfrenta terrenos tão variados. Os cursos também são muito parecidos, a V-Strom tem 160 mm na dianteira e 159 mm na traseira, quanto a Varadero tem 155 mm e 145 mm respectivamente.



No trecho de estrada vicinal entre Cunha e Paraty pegamos muitos buracos e curvas traiçoeiras. O Leandro fez uma regulagem na V-Strom que me deixou mais confiante para enfrentar a parte de terra. Na Varadero a suspensão é mais “áspera” e por isso ele foi de Honda no terreno mais suspeito. Foi a minha sorte porque apesar do tremendo suador que passei no trecho de lama consegui manter a V-Strom o tempo todo na vertical, enquanto o Leandro tocava a Varadero como se fosse uma Falcon!



A chegada em Paraty também foi preocupante. Aquele piso de pedra assusta até os motociclistas mais experientes. Mas lembrei de uma reportagem que mostrava as mulheres de Paraty andando a pé de salto alto sem tropeçar. O truque é andar bem no meio da rua onde as pedras são grandes, lisas e alinhadas. Bingo! Apesar de estreita essa faixa foi minha salvação! Depois das fotos o céu de Paraty ficou negro. Trocamos de moto porque o Leandro estava desconfiado de um “calo” na alimentação da Varadero em baixa rotação. Confesso que fiquei apavorado de rodar com uma moto que tem 49 kg a mais que a Suzuki e ainda apagava de repente. De fato, quando eu estava me equilibrando na estreita faixa de pedras alinhadas o motor puf! Apagou!!! Consegui apertar o botão de partida com tanta pressa que a moto não chegou a parar totalmente, mas meu coração foi na boca. Pensamos que era um problema de gasolina ruim, mas esse “calo” persistiu a viagem toda, sempre quando rodamos entre 1.000 e 1.500 rpm a moto engasgava e as vezes morria.

Também rodamos muito pelo trânsito – congestionado – do Rio de Janeiro. Impressionante como o trânsito no Rio piorou em pouco mais de 15 anos. Esse foi o tempo que fiquei sem dirigir motos naquela cidade e fui pego de surpresa por um dado curioso: a pequena quantidade de motos, proporcionalmente, comparando com cidades pequenas de São Paulo. É possível ver mais motos em Santos do que no Rio! E também a pouca intimidade dos motoristas com as motos, o que exigiu muita atenção para não enroscarmos entre os carros. O motorista carioca não tem o hábito de deixar o “corredor” para as motos, por isso passamos um sufoco bem pior do que na lama! Depois de algum tempo pode-se driblar os carros com essas imensas motos a ponto de infernizar a vida dos (poucos) motoboys. Outro dado que nos chamou a atenção foi a grande quantidade de motociclistas sem capacete! Mesmo em motos grandes como Yamaha R1 ou Harley-Davidson.



A Varadero, com seus dois radiadores (água e óleo) nas laterais, transmite mais calor para o corpo do motociclista do que a VStrom (com os radiadores frontais). Essa aventura no trânsito deixou clara outra diferença. A embreagem da Suzuki é hidráulica, que tem a vantagem de eliminar a manutenção e regulagens, porém o acionamento é duro a ponto de cansar a mão esquerda. Já a Honda usa embreagem a cabo, bem macia, mas com o inconveniente de necessitar ajustes e lubrificação.



Estabilidade & freios

As duas big trail usam o mesmo tipo e dimensões de pneus e rodas. É difícil avaliar a estabilidade quando se trata de motos muito parecidas. Fizemos curvas em todo tipo de terreno, velocidade e situação, inclusive debaixo de um toró diluviano e as duas foram no mesmo ritmo com pilotos de dimensões bem diferentes. A diferença maior está em alta velocidade na reta, quando as duas balançavam bem de leve. Na Honda percebi que faltava balanceamento na roda dianteira, por isso ela balançava a uma determinada velocidade e depois estabilizava.
Já a Suzuki só começava a balançar mesmo perto dos 210 km/h. Creio que a grande área frontal das carenagens seja uma das responsáveis por esse efeito. Fiquei com vontade de retirar os pára-brisas pra ver o que acontecia, mas não cheguei a esse absurdo. Tivemos a chance de pilotar as duas motos no autódromo de Jacarepaguá, com total segurança, e fizemos várias curvas raspando as pedaleiras no asfalto como se fossem duas esportivas, pilotadas por dois xaropes. As retomadas de velocidade nas saídas de curva são deliciosas e fazem jus à herança dos motores esportivos que originalmente equipavam a Honda VTR 1000 e a Suzuki TL 1000. Em todas as retomadas a Suzuki pulava na frente, reflexo do menor peso e maior potência.



Aproveitamos a segurança do autódromo, fizemos várias simulações de arrancada e retomada de velocidade e também muitos “pegas” de velocidade máxima. Trocamos de motos várias vezes para que a diferença de quase 30 quilos entre nós não interferissem nos resultados e conseguimos descobrir que a Suzuki tem melhor arrancada e retomada de velocidade em todas as marchas, mas a Honda consegue um pouquinho mais de velocidade máxima. Nos nossos rachas a Honda chegava a 230 km/h no velocímetro (velocidade real de 207 km/h), enquanto a Suzuki chegava a 220 km/h no velocímetro (real de 199,7 km/h), uma diferença tão pequena que bastava pegar o vácuo da Varadero para a V-Strom vir junto.



O dado que apresentou mais diferença foi no consumo. A média geral do teste foi de 14,7 km/litro para a Varadero e 13,6 km/litro na V-Strom. A pior marca da Varadero foi 12,9 km/litro e a pior da VStrom foi 11,9. As melhores marcas de ambas foram 18,4 km/litro e 17,5 km/litro respectivamente para Honda e Suzuki. Em termos de autonomia, a média da Suzuki foi de 300 km com o tanque de 22 litros, enquanto na Honda foi de 360 quilômetros para um tanque de 25 litros. A melhor média de consumo da Varadero deve-se basicamente pela potência menor. Quanto menos cavalos em um motor menos “comida” eles precisam.



Um dos itens importantes e que parcialmente justifica a grande diferença de preços entre motos tão parecidas é o sistema de freios. As duas adotam a mesma configuração de dois discos na dianteira e um na traseira. Porém a Varadero tem o sistema ABS anti-travamento, junto com o DCBS que equilibra a frenagem dianteira e traseira. Quando chovia eu sempre dava um jeito de ficar com a Varadero para garantir minha integridade física nas frenagens. Só depois de quase 2.000 km o Leandro percebeu a manobra! Mas na terra eu preferia rodar com a V-Strom porque meu estilo de pilotagem na terra exige o travamento eventual da roda traseira nas entradas de curvas. Se a Varadero ao menos tivesse a opção de desligar o sistema, mas ele está sempre ativo. Como item de segurança o ABS é indiscutivelmente um enorme benefício. Mas comparando a frenagem apenas pela sensibilidade do piloto as duas novamente se equivalem em termos de espaço de frenagem. A Suzuki tem uma pequena vantagem em função dos 49 kg a menos.

Mercado e conclusão

Como já foi explicado, elas são muito parecidas em praticamente todos os aspectos. Fica nítida a vocação de ambas para a estrada. O conforto permite rodar horas a fio sem pensar em descansar e quem vai na garupa de qualquer uma delas leva uma vida de rei (ou rainha). Para se ter uma idéia do quanto essas motos são deliciosas de viajar, assim que cheguei do Rio emendei uma viagem a Socorro (150 km de SP). Além disso ambas contam com faróis capazes de garantir total segurança à noite.



Resumiria da seguinte forma: quem prefere conforto e comodidade pode escolher a Honda. Quem quiser esportividade e versatilidade pode correr para uma concessionária Suzuki. Um fator de grande importância nessa decisão diz respeito ao mercado. Ambas são importadas (a Varadero é fabricada na Espanha pelo consórcio Honda/Montesa). A V-Strom vem do Japão. Em uma pesquisa realizada em concessionárias do Sudeste obtivemos os preços de R$ 43.732 para a Suzuki e R$ 52.500 na Honda. É difícil obter argumentos que justifiquem essa grande diferença de 23% a mais para a Varadero. Só o ABS não justificaria e a Honda não oferece a moto sem ABS. Difícil entender porque nenhuma das marcas investiu nas versões menores desses dois modelos. Tanto Honda quanto Suzuki têm as mesmas motos com motor 650 cc V2 .o que seria uma opção interessante por reunir conforto, desempenho e economia.











Especiais para férias

Tudo perfeito! Viajar com uma big trail por diferentes tipos de terreno é muito bom. Em minha opinião considero como os melhores estilos de moto: ou pelo menos as mais versáteis! Nas estradas com retas longas chegamos a 230km/h, em serras travadas os freios são quase tão potentes como das esportivas e têm estabilidade em curvas que garantem muita adrenalina. O conforto é o principal aspecto: rodamos, rodamos e queremos mais... Isso graças aos bancos largos e macios, com suspensões de longo curso e extremamente macias. Depois de tudo isso ainda se pode curtir percursos off-road. As diferenças são mínimas, ou melhor, as semelhanças são muitas, papo antigo que vem desde os modelos esportivos Honda VTR e Suzuki TL 1000 de onde vieram esses motores V2. Mas essas big trails se diferem em alguns aspectos. O mais nítido é o comportamento do motor. Eles quase se equivalem em performance, porém a aceleração e, principalmente, as retomadas de velocidade da VStrom foram mais fortes. A V-Strom é de caráter bem esportivo, a Varadero já é mais mansa com motor trabalhando mais uniforme e não tão explosivo. Os freios a Honda têm uma resposta absurda, e a segurança que transmite o ABS principalmente em piso molhado é enorme. A eficiência da Suzuki é parelha, porém a pegada inicial não é tão forte quanto ao da Honda. Na terra fiquei um pouco mais à vontade na Varadero. Mesmo mais pesada, a impressão ao pilotar em pé é de ser mais ágil e obediente. O melhor de tudo é poder falar com propriedade, usamos bastante as duas motos dentro da cidade, em estrada com retas bem longas, outras travadas com muitas curvas, de terra, areia, ruas de Paraty com muitas pedras e o mais legal dentro do autódromo de Jacarepaguá no Rio. Foram 1.500 km de pura curtição e o melhor é que não queremos parar, sem duvida é o estilo mais adequado para quem quer tirar férias ou é viciado em viagens! Leandro Mello
Minha Sahara não é a moto mais econômica, não é a mais bonita e muito menos a mais rápida,
porém a tenho desde zero e no dia 11-4-2009 completou 100.000 km comigo,
sem nunca ter me deixado na estrada com qualquer problema mecânico.
Isso a faz a melhor moto do mundo para mim.
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