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A temperatura da sua moto na dose certa
#1
Calor na dose certa
Entenda como a temperatura certa influência em diversas partes da moto
Texto por Celso Cavallini da empresa Móbil.

Vela a 900º, corrente a 70º, água a 90º... como a temperatura dos componentes ajuda,
ou atrapalha, sua moto...

Na teoria, "temperatura está associada ao equilíbrio térmico, ao calor que pode ser
medido ou sentido...". Na prática, a temperatura influencia nossa vida, inclusive na
moto. Até a energia transformada pelo motor em movimento causa atrito, uma grande
fonte de calor. Controlar a temperatura na moto é uma garantia de melhor desempenho,
conforto e durabilidade. Aliás, o calor até faz falta em algumas situações: ligar a
moto pela manhã e sair acelerando com o motor frio é prejudicial para muitos
componentes. Afinal, tudo foi projetado para trabalhar numa faixa ideal de
temperatura, quando as peças (e os lubrificantes) atingem sua eficiência e
resistência máxima.

Exatamente por isso, vários componentes da moto trabalham a altíssimas temperaturas.
Não só o motor, como peças esquecidas, como a relação secundária (corrente, coroa e
pinhão) ou mesmo pastilhas de freios. Para diminuir a velocidade, os freios atingem
altas temperaturas e necessitam de refrigeração.

Dedo Duro

O marcador de temperatura do motor, em motos mais sofisticadas, é um bom auxiliar
para saber como anda o motor. Pilotos habituados com sua moto em diferentes
situações percebem problemas rapidamente pelas variações de temperatura do motor. Às
vezes até sem marcador de temperatura, apenas pela sensação de calor nas pernas.

Já em motos como a Yamaha R1, com marcador digital, a informação é em graus
centígrados e qualquer variação é percebida com rapidez. A R1 funciona entre 80 e
90ºC e, no trânsito engarrafado, assim que a água chegava nos 100ºC, a ventoinha
funcionava para baixar a temperatura. Em viagens por locais bastante frios, como a
Cordilheira dos Andes (entre -10ºC e -15ºC) o motor funcionava por horas a 45/50ºC,
sem que isso indicasse um problema. Esse é o ponto: quem está acostumado a moto,
sabe como deve estar a temperatura em cada situação. Qualquer alteração maior indica
problemas. Se no trânsito, o indicador mostrasse 60ºC... algo estaria errado, não
com o motor, mas com o marcador. Por outro lado, numa viagem tranqüila por estrada
aberta deveria marcar 80ºC... Se estivesse com 100ºC e ventoinha ligada? Sinal de
superaquecimento do motor, talvez falta de água, obstrução no radiador...

Vela

Os eletrodos da vela funcionam acima de 400ºC, mas não podem passar dos 900ºC, sob
risco de ignição espontânea da gasolina. Além disso, esta temperatura compromete a
durabilidade do motor, gerando "batida de pino". Se a temperatura ficar abaixo dos
400ºC, pode haver o acúmulo de carvão no isolador da vela, o que causa falhas na
ignição. Já na parte externa da vela (onde está o cachimbo) a temperatura não deve
superar os 300ºC, para não afetar outros componentes como o cabo e cachimbo da vela,
por exemplo. Para manter a vela na temperatura ideal é necessário usar a vela
indicada pelo fabricante, manter o carburador e a folga das válvulas bem carburadas
e evitar combustível contaminado (batizado). Além de trocar óleo e filtro dentro do
prazo.







Relação

A corrente de transmissão trabalha com até 70ºC. Caso essa temperatura seja
ultrapassada, ocorrerá um atrito excessivo entre acorrente, coroa e pinhão, com
risco de rompimento da corrente, além de danos em outros componentes. O atrito em
excesso ocasiona uma perda de até 20% de durabilidade do kit, ou seja, de mais de 15
mil quilômetros, este passará a durar 12 mil quilômetros. Para evitar o
superaquecimento o conjunto de transmissão deve estar sempre limpo, lubrificado e
com a folga correta.



Freio

A temperatura ideal das pastilhas é de 70ºC, acima disso surge o"fading" ou fadiga,
que diminui a capacidade de frenagem. Neste caso, quando a temperatura sobe acima
dos 150ºC, todo o sistema de freio fica comprometido. O fluído de freio literalmente
"ferve" causando um freio "borrachudo". Já o freio traseiro - devido a menor
ventilação natural, além de receber parte do calor expelido pelo motor - se aquece
ainda mais. Nas mesmas condições, quando o freio dianteiro está a 70ºC, o traseiro
chega aos 110ºC. Maus hábitos, como apoiar o pé no pedal traseiro e manter o manete
do dianteiro acionado, também causam superaquecimento. Em condições extremas de uso,
como descida de serra, não use os freios constantemente, para dar tempo dos freios
ventilarem e esfriarem.

Lâmpada

O vidro de uma lâmpada de farol chega a atingir 300ºC e onde a lâmpada fica, 70ºC.
Sua temperatura também está relacionada a tensão elétrica da moto. Se a tensão (que
varia entre 12 e 13,5 V) for ultrapassada, a temperatura aumenta, e a vida útil da
lâmpada é comprometida. Se a tensão for menor, a temperatura fica abaixo da normal,
o que até aumenta a vida útil da lâmpada, porém sua iluminação fica comprometida.
Problemas na tensão ocorre por falhas no regulador ou alternador. Verifique a tensão
elétrica do soquete da lâmpada em caso de iluminação fraca ou queima constantes de
lâmpada.

Radiador

Em motores com refrigeração líquida, a temperatura da água do radiador fica entre
90ºC e 95ºC. Acima disso a água tende a entrar em ebulição, oxidando o sistema e
entupindo dutos. O resultado é a redução de fluxo do líquido e comprometimento da
refrigeração, com superaquecimento do motor. Para evitar tudo isso, o sistema de
refrigeração deve ser limpo com água corrente e a solução do arrefecimento (água com
aditivo) ser trocada pelo menos a cada ano. O aditivo é anticorrosivo e aumenta o
ponto de ebulição (fervura) da água. São a base de etileno-glicol, que também evita
o congelamento da água em temperaturas abaixo de zero grau. O congelamento da água
causa trincas internas no bloco do motor.

Lubrificante

Geralmente as temperaturas médias para os lubrificantes de motos são maiores que nos
automóveis, devido ao menor volume de óleo no cárter e as exigências dos motores.

Assim, bons lubrificantes para motos devem resistir a temperatura de cárter acima
dos 100ºC e, em casos críticos, de quase 140ºC. Já ao trabalhar com o motor
excessivamente frio o combustível não queimado passa para o cárter na forma líquida
contaminando o óleo. Por outro lado, trabalhar com motor excessivamente quente
acelera a degradação de lubrificante por oxidação, reduzindo a sua fica útil, além
do efeito térmico deteriorar vedações e componentes do motor.

Texto por Celso Cavallini da empresa Móbil.
A sua imagem no avatar facilita o reconhecimento.
E nomes impronunciáveis... Nem pensar. Queremos ser lembrados pelos amigos.
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#2
Parabens Adriano!

Muito util essa materia.

Sobre os freios, eu tenho um exemplo de quanto eles esquentam mesmo.

Uma ocasião eu desci prá Bertioga de carro, e usei os freios bastante forte.
Cheguei lá vi q as duas calotas tinham caido. Com o aquecimento dos discos, toda a roda aqueceu e derreteu o plastico da calota.

Imagine a quantos graus deve ter chegado a temperatura dos discos...

abraço
Responder
#3
Lima realmente é um alerta importante pois nós que andamos em veículos leves, usamos muito pouco o freio motor, e nas ondições as quais você relatou, é de suma importancia para a segurança do veículo.
A sua imagem no avatar facilita o reconhecimento.
E nomes impronunciáveis... Nem pensar. Queremos ser lembrados pelos amigos.
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