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Segurança, falar nunca é demais. Excelente texto
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Matéria veículada no link <!-- m --><a class="postlink" href="http://www.clarity.net/~adam/hurt-report.html">http://www.clarity.net/~adam/hurt-report.html</a><!-- m --> e traduzida por grande Motociclista e estudioso do motociclismo Brasileiro, vale ressaltar que apesar de este estudo ter sido elaborado nos EUA nos anos 70, observamos muitas peculiaridades com as situações em que vivemos hoje no Brasil, desta feita cremos que em muito poderemos utilizar estes dados como referências às ações de melhoria na utilização de nossas motocicletas. Achei tão importante que resolvi abrir um novo tópico sobre segurança.

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RESUMO DOS ACHADOS
"The Hurt Report"
(AKA "Motorcycle Accident Cause Factors and Identification of Countermeasures")

Nos dados estudados sobre acidentes, há algumas observações especiais relacionando a causa dos acidentes, ferimentos causados e características dos acidentes de motocicleta estudados. Estas conclusões estão resumidas abaixo.

1. Aproximadamente 75% dos acidentes motociclísticos envolveram colisão com outro veículo, que na maioria das vezes era carro de passeio.

2. Aproximadamente 25% dos acidentes envolveram apenas a motocicleta colidindo com a rodovia, ou algum objeto existente no ambiente.

3. Falha mecânica foi responsável por menos de 3% dos acidentes e na maioria das vezes foi acidentada apenas a motocicleta, onde a perda de controle foi decorrente de pneu furado.

4. Nos acidentes com apenas a motocicleta, o erro do piloto estava presente em 66%, como fator de causa, sendo o erro típico a queda em função
(a) da aplicação excessiva de frenagem ou;
(b) da abertura do raio da curva em razão do excesso de velocidade;
© ou falta de inclinação suficiente da motocicleta.

5. Defeitos do pavimento (ranhuras, buracos, emendas, trilho, etc.) foram responsáveis por 2% dos acidentes. Houve o envolvimento de animais em 1% dos acidentes.

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6. Em 66% dos acidentes com múltiplos veículos, o motorista do outro veículo violou a preferencial do motociclista, causando o acidente.

7. A incapacidade dos motoristas em detectar e reconhecer motocicletas no transito, é a causa predominante dos acidentes com motocicletas. O motorista do outro veículo envolvido na colisão “não viu” a motocicleta antes da batida, ou somente a enxergou quando era tarde demais para evitar o acidente.

8. Ações hostis deliberadas do motorista contra um motociclista, raramente é causa de acidente. A configuração mais frequente, é o motociclista indo reto, quando o carro faz uma conversão para a esquerda, na frente da motocicleta.

10. Interseções são os lugares mais prováveis para o acidente de motocicleta, com o outro veículo violando a preferencial e, geralmente, violando as leis de trânsito.

11. Condições climáticas são fator de acidentes com motocicletas em menos de 2% das vezes.

12. A maioria dos acidentes com motocicletas envolvem pequenos trajetos associados à ida ao shopping, pequenas tarefas, amigos, diversão ou recreação, com o acidente acontecendo a pouco tempo da origem do trajeto. (Curiosamente, e carro também)

13. A visualização da motocicleta pelo motorista do outro veículo envolvido no acidente é limitada em função de brilho, ou obstruída por outros veículos, em quase 50% dos acidentes com mais de um veículo.

14. Visibilidade da motocicleta é fator crítico nos acidentes com mais de um veículo, sendo que o envolvimento em acidentes é significativamente reduzido pelo uso do farol ligado (inclusive de dia) e o uso de jaquetas nas cores amarela, laranja ou vermelho-vivo, de alta visibilidade.

15. Vazamentos do sistema de combustível estiveram presentes em 62% dos acidentes de motocicleta, na fase pós-batida. Isto representa real perigo de fogo.

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16. A velocidade média pré-batida foi de 47,7 km/h e a velocidade média das batidas foi de 34,4 km/h. Em uma a cada mil batidas, a velocidade aproximada é de 138 km/h.

17 No típico acidente de motocicleta, restrições do campo de visão pré-acidente não influenciaram em nada a visão periférica – mais de 75% de todas as ameaças/causas estavam dentro de ângulo de menos de 45º de cada lado do motociclista.

18. A conspicuidade da motocicleta é mais crítica quando a moto e o piloto são vistos de frente.

19. Defeitos do veículo relacionados à causa do acidente são raros e provavelmente resultantes de manutenção deficiente, ou inadequada; e não de fabricação ou colapso.

20. Motociclistas com idades entre 16 e 24 anos tem presença acima de média nos acidentes; motociclistas entre 30 e 50 estão significativamente sub-representados.

20.a Sexo. Apesar da maioria dos acidentados em motocicletas serem homens (96%), a presença de mulheres está, proporcionalmente, acima da média nos dados relativos aos acidentes.

22. Profissão. A maior parte dos envolvidos nos acidentes era de trabalhadores (operários, mão de obra, etc.) e de estudantes.

23. Reincidentes. Motociclistas com autuações de trânsito recentes e participação em outros acidentes estão acima da média nos dados da pesquisa.

24. Os motociclistas envolvidos em acidentes geralmente não possuem treinamento; 92% são autodidatas, ou aprenderam com a família ou amigos. O treinamento (cursos) para motociclistas reduz o seu envolvimento em acidentes e está relacionado à redução dos ferimentos, em caso de acidente.

25. Mais da metade dos motociclistas envolvidos nos acidentes tinha menos de 5 meses de experiência na motocicleta com que se acidentou, apesar de sua experiência total ser de quase 3 anos.

25.a Motociclistas com experiência na terra (off road) aparecem significativamente abaixo da média.

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26. Falta de atenção à pilotagem é o maior fator isolado no motociclista envolvido em acidentes.

27. Quase 50% dos acidentes fatais mostram envolvimento com álcool.

28. Álcool e drogas. Nestes acidentes, os motociclistas mostraram problemas significativos para evitar a colisão. A maioria dos motociclistas aplicaram demasiado freio na roda traseira, fazendo-a travar, e menos do que deveriam na roda dianteira, reduzindo a capacidade de desaceleração. A habilidade de contra-esterçar e desviar esteve essencialmente ausente.

29. O típico acidente de motocicleta permite ao piloto menos de 2 segundos para completar ações que evitem a colisão.

30. Motocicletas com passageiros não estão presentes acima da média nos acidentes.

31. Idade. Os motoristas dos outros veículos envolvidos numa colisão com motocicleta não diferem dos envolvidos em outros tipos de acidentes, com a exceção das populações entre 20 e 29 anos, ou com mais de 65 anos, que aparecem acima da média.

31. a Motorista envolvido com acidentes de motocicleta, não possuem familiaridade com motocicletas.

32. Motocicletas de grande cilindrada aparecem abaixo da média nos acidentes, mas estão associadas com ferimentos mais graves quando envolvidas em acidentes.

33. Os dados não mostram qualquer efeito da cor da motocicleta no seu envolvimento com acidentes, porém estima-se que seja insignificante, pois a superfície frontal da motocicleta é a que é usualmente vista pelo outro veículo envolvido no acidente.

34. Motocicletas equipadas com carenagens e parabrisa aparecem abaixo da média nos acidentes, provavelmente em função da visibilidade e pela associação com pilotos mais experientes.

35. A frequência de motociclistas sem carteira de habilitação para dirigir motos, ou carteira de habilitação de motorista, ou mesmo com a carteira apreendida, foi significativa.

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36. Modificações, como as associadas às “semi-chopper” ou “café racer” aparecem decididamente acima da média nos acidentes.

37.Choppers. A probabilidade de ferimento é extremamente alta em acidentes com essas motos – 98% dos acidentes com colisão de mais de um veículo e 96% dos acidentes de apenas a motocicleta, resultaram em ferimentos no motociclista; 45% resultaram em ferimentos mais sérios.

38. As lesões nas regiões somáticas ocorreram mais de 50 % no pé, tornozelo, parte inferior da perna, joelho e parte superior da perna.

39. Protetores de motor (mata-cachorros) não são eficazes para evitar ferimentos; a redução dos ferimentos nos pés/tornozelos é proporcional a um aumento dos ferimentos na parte superior das pernas, joelhos e parte inferior da perna.

40. O uso de botas grossas, jaquetas, luvas, etc., é eficaz na prevenção, ou redução, das abrasões e lacerações, que são ferimentos freqüentes, porém raramente sérios.

41. Ferimentos na região escrotal foram registrados em pelo menos 13% dos acidentes, que tipicamente foram colisões com o envolvimento de mais de um veículo, com impacto frontal em velocidades superiores à média.

42. A seriedade dos ferimentos aumenta proporcionalmente com a velocidade, álcool e tamanho da motocicleta.

43. 73% por cento dos motociclistas envolvidos nos acidentes não estavam usando proteção para os olhos e é provável que o vento nos olhos desprotegidos tenha contribuído para o comprometimento da visão, o que por sua vez retardou a detecção do perigo/ameaça.

44. Aproximadamente 50% dos motociclistas estavam usando capacete, na rua. Porém apenas 40% dos envolvidos com acidentes estavam usando o capacete no momento do acidente.

45. O uso voluntário de capacete pelos motociclistas envolvidos em acidentes, era menos freqüente nos pilotos menos treinados e com pouca educação de trânsito, em dias quentes e em trajetos curtos.

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46. Os ferimentos mais letais às vitimas dos acidentes, foram aqueles no peito e na cabeça.

47. O uso de capacete é o único fator crítico na prevenção ou redução de ferimentos à cabeça; o capacete que possua a certificação FMVSS 218, é uma eficaz medida contra lesões.

48. O uso de capacete não resultou na atenuação de sons críticos no trânsito, nem tampouco na limitação do campo visual pré-acidente, ou em cansaço ou desatenção; nenhum elemento relacionado às causas dos acidentes pode ser atribuído ao uso do capacete.

49. O FMVSS 218 provê um alto nível de proteção nos acidentes de trânsito e precisa apenas de modificações para aumentar a cobertura da parte de trás da cabeça e demonstrar proteção em impactos na parte frontal dos capacetes fechados, além de garantir que todos os tamanhos para adultos estejam de acordo com esse padrão.

50. Motociclistas e passageiros usando capacete, apresentaram índices significativamente menores de ferimentos na cabeça e nuca, considerando-se todos os tipos de ferimentos e em todos os níveis de gravidade.

51. A cobertura adicional oferecida pelo capacete integral (fechado) aumenta a proteção e reduz significativamente ferimentos na face e mandíbula.

52. Usar capacete não representa qualquer perigo para a nuca; motociclistas usando capacete, tiveram menos lesões na nuca do que os que não usavam. Apenas quatro lesões menores puderam ser atribuídas ao uso de capacete e em cada caso, o capacete preveniu contra possíveis ferimentos fatais na cabeça.

53. 60% dos motociclistas não estavam usando capacete no momento do acidente. Desse grupo, 26% disseram que não usavam capacetes porque era desconfortável e inconveniente, e 53% simplesmente não tinham expectativa de se envolver em acidente (!!!).

54. Menos de 10% dos motociclistas envolvidos nos acidentes tinha qualquer tipo de seguro, tanto para cobrir cuidados médicos, como para danos a propriedade.

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#7
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Portanto...

Se você se manter em defesa de carro de passeios...
Se você não derrubar ou trombar sozinho com a coitada da sua moto...
Se você der manutenção à coitada da sua moto...
Se você freiar certo, fazer a curva planejada, deitar convenientemente a moto...
Se você nunca se considerar numa preferencial...
Se você for um cara que gosta de aparecer no trânsito (no bom sentido, ser visível)...
Se você mantém a atenção, (mp3 só parado)...
Se você só enche a cara se não for pilotar nas próximas 24 hora...
Se você usa bons pneus ...
Se você usa capacete legal e anteninha para cerol...

Meu filho, você estará no casamento das suas netas.

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#8
simplesmente sensacional o estudo!

foram abordadas tantas variantes, e percentualizadas tantas situações que posso dizer que é o estudo MAIS COMPLETO que ja vi sobre o tema...

parabéns Jeff, por trazer essas informações para nós!
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#9
Muito bom mesmo Jeff, vou ler com calma.

Bons ventos.
SaharaMANÍACOS, prazer em viajar.
Moto não tem idade, tem dono. Honda NX 350 Sahara/99
Não basta ter sahara, tem que ser maníaco!!!
[Imagem: cachoeiracopy.jpg]
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#10
Parabéns Jeff. Nunca é demais falar sobre segurança. Vamos colocar essas regras e estatísticas em nossas cabeças nem que seja pela simples repetição!!!


Jeff Escreveu:53. 60% dos motociclistas não estavam usando capacete no momento do acidente. Desse grupo, 26% disseram que não usavam capacetes porque era desconfortável e inconveniente, e 53% simplesmente não tinham expectativa de se envolver em acidente (!!!).

Fiquei espantado com esses números: 60% dos motociclistas não estavam usando capacete no momento do acidente!!!
Eu uso meu capacete até para dar uma volta dentro do condomínio... Não arrisco sair sem ele.

Grande abraço.
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