![]() |
Tour Brasil II - Ênfase para o estado de Minas Gerais. - Versão para Impressão +- Sahara Maniacos (http://www.saharamaniacos.com.br/forumn) +-- Fórum: MOTO GRUPO SAHARA MANÍACOS DO BRASIL (http://www.saharamaniacos.com.br/forumn/forumdisplay.php?fid=6) +--- Fórum: Diário dos Maníacos (as) aventureiros (as) (http://www.saharamaniacos.com.br/forumn/forumdisplay.php?fid=20) +--- Tópico: Tour Brasil II - Ênfase para o estado de Minas Gerais. (/showthread.php?tid=2108) |
- Martinez - 27-01-2009 20 e 21 de Dezembro - quarto e quinto dia Estatísticas do dia: Cidade de Partida: Rio de Janeiro, Campo Grande (RJ) Cidade de chegada: São Lourenço, (MG) Cidades visitadas: Piracambi, Barra do Pirai, Valença, Rio Preto, Santa Bárbara do Monte Verde, Lima Duarte, Bom Jardim de Minas, Caxambu, Soledade de Minas e São Lourenço. Quilometragem rodada: 505 km Quilometragem acumulada: 2.461 km ![]() Percurso do dia. Dormi como um anjinho, não ouvi nenhum chorinho se quer da Iris. Já o dodô, acho que nem tanto, pelos olhos vermelhos notava-se que a produção de pasta de abacate tinha sido intensa durante a noite. ![]() Acordei no sábado já eram quase 9 horas da matina. O cardápio do dia era arrumar a motoca, e para isso precisávamos do Indomado. Mas, bastou abrir a porta do quarto eeeeeeeeeeeeeeeee..... joga a bolinha, pega a bolinha, joga a bolinha, pega a bolinha joga a bolinha, pega a bolinha, joga a bolinha, pega a bolinha joga a bolinha, pega a bolinha, joga a bolinha, pega a bolinha joga a bolinha, pega a bolinha, joga a bolinha, pega a bolinha joga a bolinha, pega a bolinha, joga a bolinha, pega a bolinha joga a bolinha, pega a bolinha, joga a bolinha, pega a bolinha joga a bolinha, pega a bolinha, joga a bolinha, pega a bolinha joga a bolinha, pega a bolinha, joga a bolinha, pega a bolinha joga a bolinha, pega a bolinha, joga a bolinha, pega a bolinha joga a bolinha, pega a bolinha, joga a bolinha, pega a bolinha Tenha dó né, vai pra casinha... oxi, mas ela tinha passado a noite na "casinha"... bom, tentarei explicar. Digamos que tinha uma infinidade de peças em uma corda de varal, tudo muito limpinho, cheirosinho; Pois bem, tinha, estava cheirosinho... agora estava era fedidinho...rs. Ela fez um festa danada a noite. Não sei por que cargas d'água só sobrou a minha calça zebra pendurada no tal varal... dou uma pipoca de presente se descobrirem o porquê...rs ![]() Saimos a procura do tio Indomado e o encontramos tentando arrancar o motor de sua sahara. Comigo ajudando e o Douglas atrapalhando, arrancamos o bitelo e após uma leve discussão sobre quanto pesava o motor e o cara de pau do Indomado me aparecer com uma balança destas de pesar as banhas, essas que ficam no banheiro, finalmente ele pode ver que eu tinha razão e só então colocamos o motor no porta malas do carro de porta torta do Douglas...KKKKKKK Tanto trabalho pra colocar pra em seguida retirar, já tinha fechado a oficina e então finalmente fomos mexer na minha magrela. A manhã já tinha ido pro saco, e passamos a tarde toda mexendo na minha moto. Ajustamos as válvulas e enquanto o Indomado fazia isso, pra não ficar sem fazer nada e só pentelhando, troquei vela e filtro de ar. Os dois malacabados tentaram mexer em outras coisas da moto mas ela não gostou muito das marteladas e o resultado foi esse... ![]() Isso que dá bater martelo na sahara.... Depois de ficar quase preto de tanto tomar coca-cola, tio Douglas foi levar tio Indomado embora e eu fui dar uma esfoladinha na 1100 de 140 cavalinhos do pai do Douglas. Só fez as minhas lombrigas ficarem dando pinotes na pança, mas tive uma oportunidade para dar uma amançadinha nas bichinhas. Naquela noite era aniversário do pai do Douglas e eu fui pilotando a esportiva. O moto pra esquentar, santa caloria Batman. Olha, esquece secador de cabelo, toma banho, nem precisa se enxugar, pula encima da moto e dá uma volta no quarteirão...rs ![]() Festinha na casa do velho, umas cervejinhas, bolinho, e voltamos pra mais uma noite de descanso, pois no outro dia eu queria sair cedo pra rodar em Minas novamente. Mas o domingão amanhaceu com uma ressaça dos infernos, chuva. Sem coragem pra sair cedinho, só fui largar a familia buscapé lá pelas 11 da manhã. ![]() Família toda reunida, incluindo a pólen, a cachorra com TOC..rs A família Torres e eu lotado de vinho com 21% de álcool... ![]() Um registro com a motoca. ![]() A pequena Iris, fofitcha. ![]() Despedida já em Seropédica depois de um final de semana muito bom. E saí novamente eu comigo mesmo e Deus para agora rodar por minas sentido Centro-Oeste. Antes, teria algumas belas surpresas dentro do estado do Rio, rodando por cidadezinhas e estradinhas de chão. ![]() Rural do Rio de Janeiro, já foi uma das melhores do Brasil na área agronômica. Saindo da Dutra onde rodei só um pouquinho, o meu destino era uma cidadezinha de nome Piracambi. Olha, embora no site da prefeitura de Piracambi o lema seja "lugar para ser feliz", não vi muito o que me faria feliz por aquelas bandas. Sei que tem várias pousadas na região e cachoeiras como atrativos naturais, mas a cidade em si é muito paradinha. A palavra Paracambi vem do Tupi-Guarani, e significa Macaco Pequeno. ![]() Proximidades de Piracambi. Passando por Macaco Pequeno sem dar muita bola, cheguei a Mendes, outro lugar também onde o melhor a se fazer é passar direto. O grande atrativo deste percurso é certamente a estrada. Trata-se de uma rodovia vicinal asfaltada, em bom estado, encravada no meio da mata e cheia de curvas, uma delícia para pilotar em meio a natureza. De vez em quando uma cachoeira ou um aberto (fazenda), com belas paisagens. ![]() Cachoeira nas proximidades de Mendes. Será que essa cachoeira já comeu a rocha? Reparem na altura das montanhas ao lado, agora imaginem que esse córrego corria lá no alto, muito próximo ao topo dessas colinas, e agora olhem o gradiente que tem onde está a cachoeira hoje, fruto de alguns milhões de anos. É o velho ditado, água mole em pedra dura, tanto bate até que fura!!! ![]() Proximidades de Mendes. ![]() Entre Mendes e Barra do Pirai. Agora estou a caminho de Barra do Pirai, essa sim, uma cidadezinha já com algo para ser explorado. De cara, o guia 4 rodas dizia que só tinha um caminho e asfaltado, mas eu achei um de pedra. Aliás, no final eu vou fazer um comentário geral, mas o guia quatro rodas é bom, muito bom, mas incrivelmente cheio de erros. A inexistência de uma rodovia muito antiga entre Pará de Minas e Itaúna foi algo que eu fiquei desconsolado por ter pagado R$ 42,00 pelo guia antes de sair para viajar. ![]() Proximidades de Barra do Piraí. ![]() Construção diferente na estradinha de terra que leva pra Barra do Pirai. ![]() Uma vista da paisagem local. ![]() Construção antiga antes de chegar em Barra do Pirai. Nâo sei do que se trata, mas tem cara de ser uma antiga casa para se beneficiar arroz. Barra do Piraí é uma cidade de grande importância pra o Brasil. A cidade se chama Barra do Piraí, pois Barra quer dizer foz de um rio. E como em Barra do Piraí, o rio Piraí se lança no rio Paraíba do Sul, formando assim a foz do rio Piraí. Logo como Barra do Piraí é uma cidade cortada por dois rios; o rio Paraíba do Sul e o Piraí, nada mais adequado do que o seu nome. A origem de Barra do Piraí remonta aos meados do século XIX, quando se formaram dois povoados: São Benedito e Sant’ Ana. Elevada a município em 1890, começou a tornar-se importante e a desenvolver-se em 1864, com a chegada da estrada de ferro Dom Pedro II – mais tarde denominada Central do Brasil. A partir daí, progressivamente, Barra do Piraí cresceu e tornou-se o maior centro comercial da região cafeeira. Por Barra do Piraí circulava grande parte da riqueza do Brasil. ![]() Umas das belas pontes de Barra do Piraí. ![]() Cruz vermelha, tirei essa foto pois me lembrei da Iaci e sua CB400 quando trabalhava na Cruz Vermelha, isso em 1542...rs ![]() Embora a cidade seja agradável, com várias igrejas históricas, parque aquático, pontes antigas e santuários, esquecer o centro também é uma boa pedida, pois as fazendas da época do café recebem hóspedes, promovem apresentações nas quais atores se vestem com roupas da época do Ciclo do Café, muito legal. Fora das fazendas, os melhores restaurantes ficam no distrito de Ipiabas, na estrada que segue em direção a Conservatória. E Barra ficou pra trás. Agora o meu nariz apontava para Valença, uma cidadezinha que não sabia nada a seu respeito e que me surpreendeu, e como sempre acontece, a surpresa foi boa. ![]() Proximidades de Valença. Valença tinha muito ouro, o que dispertou a cobiça dos mineiros. Os mineiros travaram intensas lutas com os índios coroados da região que não fugiam da briga, tão bravos que tiveram que ser aldeiados. A história de Valença é mais ou menos a seguinte, tentaram botar os índios em ocas reunidas e isso acabou virando uma cidade. ![]() Hotel em Valença, me lembrei do Hotel do Comércio do Adriano em Sacramento. O vice-rei do Brasil D. Luís de Vasconcelos e Souza ordenou em 1789 que fosse iniciada a catequese dos índios da região. Em 1800, o vice-rei incumbiu o fazendeiro José Rodrigues da Cruz, proprietário das fazendas Ubá e Pau Grande (atualmente na região de Vassouras, de "proceder à civilização" dos índios Coroados. O então capitão de ordenanças Inácio de Souza Werneck foi incumbido de "domesticar e aldear", isto é, de reunir os índios Coroados nas matas e conduzi-los para as aldeias onde deveriam se fixar. Assim foram liberadas terras que foram divididas em sesmarias e doadas ao primeiros colonizadores da região. ![]() Estação de trem, ainda funciona. O vice-rei Dom Fernando José de Portugal nomeou em 1803 o padre Manoel Gomes Leal para o cargo de capelão, tendo-lhe o bispo Dom José Joaquim Justiniano conferido a jurisdição necessária para construir e benzer uma capela e cemitério. Uma modesta capela dedicada a Nossa Senhora da Glória foi construída no principal aldeamento de índios Coroados, o qual deu origem à atual cidade de Valença. O nome foi dado em homenagem ao vice-rei Dom Fernando José de Portugal, descendente dos nobres da cidade espanhola de Valencia. ![]() Neste belo prédio funciona um requintado super-mercado. A cidade de Valença é muito legal mas era necessário fazer parte de um passado recente, pois a viagem precisava continuar. Minha próxima parada seria em Rio Preto, na divisa com Minas. Essa, pequena mas engraçadinha, fiz uma só foto e fui embora. ![]() Igreja Matriz de Rio Preto, na divisa do Rio com Minas. ![]() Proximidades de Rio Preto. Vinte e três quilômetros adiante, encontrei uma cidadezinha esquecida no tempo de nome Santa Bárbara do Monte Verde, como os seus não mais que 2 mil habitantes. Quem diria, em um lugar que cheguei meio que de para-quedas, simplesmente estava no meu caminho, despreendida de tudo, me proporcionou um dos momentos mais marcantes de toda a viagem. ![]() Proximidades de Santa Bárbara do Monte Verde. ![]() Igreja em Santa Bárbara do Monte Verde. Me aconteceu o seguinte. Como já tinha olhado no mapa quando estava planejando o trajeto, ainda na casa do Douglas, tinha visto que de Sta. Bárbara para sair na BR-267, próximo a Duarte Lima, eu teria que rodar uns 26 km de terra. Quando cheguei na cidadezinha, me encantei com a igrejinha e parei para fotografar. Fui no bar ao lado, comprei uma latinha e me informei sobre como pegar essa tal estrada de terra. Já de posse das informações necessárias, voltei para a frente da igreja, onde tinha uma bela pracinha, onde fiz uma pausa para acabar de tomar o meu refri. Sentados, muito engraçadinhos, estava um casal de velhinhos, imagino que lá com os seus 70 aninhos. Cumprimentei o casal e isso era tudo o que eles queriam, bãaaaaaaaaaaaaao de papo que era uma beleza. Eles eram Mato-Grossenses, moravam em Juíz de Fora, foram assaltados e resolveram vender tudo e ir morar naquele lugarejo, onde pretendiam passar o resto de seus dias, só os dois... Muito risonhos e simpáticos, com uma lucidez que me deixou impressionado, conversei com o casal por uns 20 minutos ou mais. O papo era tão descontraído que parecia que nos conhecíamos a anos. Mas o mais legal estava por vir. Quando fui me despedir para ir embora, o senhor me desejou felicidades, tudo de bom, e vai daqui, vai dali, que o sua viagem seje boa, e coisa e tal. Mas a senhora foi quem mais me impressionou. Quando peguei na mão dela, senti um amor de mãe tão grande que nem com a minha mãe de sangue eu tinha tido uma experiência assim... Ela me desejou feliz Natal, boa viagem e um monte de outras coisas com uma voz tão doce, com uma pureza no olhar, com uma fala tão sincera, tão verdadeira, que eu fiquei paralizado segurando aquela mão de pele fina e enrugada, fria na temperatura mas ao mesmo tempo muito quente no calor humano. Eu então quiz tirar uma foto para guardar de recordação do tão simpático casal de velhinhos pracinhas, mas a senhora com um olhar de mocinha acanhada disse que tinha vergonha. Eu até pensei em tirar uma foto como quem não quer nada, simular que estava mexendo na câmera e fazer o registro, mas na hora eu entendi que uma foto era completamente desnecessária e supérflua, pois daquele encontro eu jamais me esqueceria, visto posto, a melhor foto já tinha sido feita, estava gravada e muito bem armazenada na minha mente. Agora eu teria pela frente a minha ração de terra, pedras e poeira. Sai acelerando e pensando no casal de velhinhos. Não conseguia tirar um sorriso muito confortante do rosto... o meu dia estava ganho!!! ![]() Estrada de terra além de St. Bárbara do Monte Verde. ![]() Próximo do local dessa foto tem um bar, perto da margem de um rio. Pelo movimento de pescadores, o rio deve ter muitos peixes, a muvuca estava boa, cheio de carros e pessoas jogando truco. O visual desta estradinha é muito show. Ela não é muito travada e de condições razoáveis, não terão problemas, mesmo com garupa. ![]() Exclusividade do dia, quero ver quem mais vai aparecer com uma foto igual. Quando terminou a estradinha de terra, eu saí em um vilarejozinho muito pequenininho que não consegui descobrir o nome, não tem em nenhum dos mapas que consultei, mas a Igrejinha local é legal. ![]() Igreja "X" em local "n" nas margens da BR-267 um pouco antes de se chegar a Lima Duarte. Ahan, e eu cheguei a Lima Duarte, por recomendação do dotô dus tentis... A cidade surgiu como um povoado em torno de uma capela dedicada a Nossa Senhora das Dores às margens do Rio do Peixe, era uma localidade de apoio e reabastecimento de bandeiras que penetravam na região em busca de ouro. Desde 1692 já se tinha notícias de bandeiras circulando pela região. Acho que os bandeiras foram embora e a cidadezinha minguou...rs O único atrativo deste lugar é um atrativo de peso, o Parque Estadual do Ibitipoca. ![]() Vista de Lima Duarte. Me disseram que era legal....argh ![]() Prédio da Prefeitura de Lima Duarte. ![]() Saída de Lima Duarte para a BR. Doido pra ligar pro malacabado que me fez perder tempo entrando em Lima Duarte e não encontrar muita coisa interessante, toquei em frente pela BR-267 sentido Bom Jardim de Minas. Nesta cidadezinha tive uma surpresa e tanto, algo completamente inesperado, nunca imaginei que existisse algo igual, vejam a foto abaixo. ![]() É ruim hein??? Uma igreja cercada por um cemitério??? Reparem na placa de trânsito, 20 km/h, deve ser devagarinho assim para não incomodar os mortos...rs... o pecado!!! ![]() Pensou, uma noiva entrando pra casar em uma igreja assim??? ![]() O local se chama Bom Jardim porque a Fazenda Bom Jardim tinha um belo jardim na sua frente, daí virou Bom Jardim de Minas, olha só que coisa... Sobre essa igreja com o cemitério em volta, isso tem história amigos... Quando Manoel Arriaga, vendo o desenvolvimento da Freguesia de Bom Jardim, resolveu fazer uma pequena capela no terreiro da Fazenda Bom Jardim, onde praticavam orações, terços e novenas. Ao terminar a capela, em 1770 (Data impressa no altar-mor da velha matriz). Antonio Corrêa de Lacerda pediu a seu sócio para colocar como padroeiro da freguesia o "Senhor Bom Jesus de Matozinhos", pois já era devoto deste Santo devido haver herdado de seu pai, João Batista Marques, que trouxe de Portugal uma pequena imagem do Bom Jesus de Matozinhos. Arriaga atendeu prontamente o pedido do compatrício, assim foi introduzida na capela. Esta foi a primeira imagem do "Senhor Bom Jesus de Matozinhos", venerada por muitos anos na pequena capela no terreiro da Fazenda Bom Jardim. Depois mandaram esculpir, em 1781, a imagem oficial, que é a que veneramos até hoje na Igreja Matriz. Segundo um historiador e restaurador oficial de São João del-Rei, ela foi esculpida em cedro vermelho, coberto com pele de carneiro e emassado com massa de primeira qualidade. O artista que o esculpiu cometeu um erro ao fazê-lo; o fez com quatro cravos. O correto em todas as imagens do Cristo Crucificado é com três cravos: Um na mão direita, um na mão esquerda e um nos pés, sobreposto ao outro. Seus olhos são feitos em marcassita, um olhando para a terra e outro para o céu. Segundo o livro "O Sonho" de autoria de João Batista Marques Junior, página 201 á 202 descreve: " A imagem do Senhor Bom Jesus do Matozinhos, excelso e venerando Padroeiro da Matriz do Bom Jardim, pela primeira vez percorreu as ruas da freguesia, assistida e acompanhada em solene procissão por uma numerosa multidão de fiéis d'antes nunca vista, em 21 de Abril de 1873, dia de fulgurante festa celebrada em honra do Glorioso Padroeiro, nos tempos passados, 83 anos decorridos, não era costume sair com a Imagem de seu trono. Tanto que não existia na Matriz, nem consta que tivesse existido um andor apropriado para a imagem, e o que desde então vai servindo foi feito nessa ocasião por Belizário Ribeiro de Carvalho". A primeira imagem do Senhor Bom Jesus do Matozinhos, foi trazida de Portugal pelo senhor João Batista Marques. Ela é barroca, na cruz tem o acabamento em ouro na sua base, e nas suas extremidades tem quatro resplendores, sendo dois á direita e dois á esquerda, é também em ouro o seu acabamento. Esta preciosa imagem hoje pertence á senhora Adélia Lacerda Arêdes, que é neta de João Batista Marques Junior, que era bisneto de Antonio Corrêa de Lacerda, um dos fundadores de Bom Jardim. A parte central da capela foi ampliada em 1800, por ocasião da elevação de Bom Jardim á sede de Freguesia. Como detalhe, o cemitério da cidade está localizado ao lado da Igreja Matriz (Hoje Capela dos Passos) é uma característica da época e tinha a finalidade de despertar reflexão sobre a morte e amparar como mãe os seus fiéis. Auguste de Saint-Hilaire fala em seu livro "Viagem pela região do Rio Grande", capítulo 5, página 57, chegando nas proximidades do Arraial do Bom Jardim, em 1819, expressou: "Em meio aos morros nus e desertos que se apresentavam diante de meus olhos quando saí da mata, deparei com a Capela de Bom Jardim do Turvo, construída no alto da colina, quebrava um pouco a monotonia da paisagem". É mole??? O cabra viajava no lombo de um jumento, dias e dias no meio da mata, tomando picadas de muriçoca, e quando sai em um descampado, dá de cara com uma igreja dessa, arri égua..rs ![]() ![]() Viaduto sobre a BR-267 Agora estou novamente na estrada, envolto em muita chuva. Pra chegar em Caxambu, pra onde se apontava o nariz tinha água. AAAAAA, mas se eu pego esse cabra da peste que jogou aquele monte de água pra cima, e que caiu toda encima de mim... a "minimu". Como diz o Tiririca... a mininu, mininu, mininu... o mininu mininu... a mininu mininu, eu disse OOOOÔ mininu mininu!!! Porque chove só quando a gente está passeando de moto??? Acho que porque na época que São Pedro viveu na terra ainda não tinha moto, será que é isso???? Certamnte São Pedro andou de jumento, certo? Acho que vou fazer uma viagem de jumento, se for ruim andar de jumento na chuva como é de moto, vou ter que bater um "lero" com o moço que abre a torneirinha lá encima... Seis dias na estrada e eu ainda não vi o por do sol nenhum dia se quer. Já estava criando musgo no capacete. Os dedos do pé parecem que foram transplantados de alguém albino. Comecei a usar uma calça pantaneiro por cima da maldita zebra, a impressão ao caminhar era de que eu estava literalmente cagado... kkkkkk. Pelo menos não estava mais molhando os meus fundinhos. Nessas horas me pego em recordações do meu histórico pessoal e me acabo de rir sozinho, pareço um asmático com crise remática e diabetes melito tipo III. Me lembrei de agosto de 2006, Orlândia, interior de São Paulo, voltando de Barretos, Pastou Edu, Cosme, Odilon, Mica... Zana bota o capacete do Edu na cabeça...KKKKK parecia a Olívia Palito usando um capacete de astronalta e a roupa dos teletubbies...KKKKKK eu estava quase igual... hehehe... e o pior, fedendo a cachorro molhado. ![]() Mas tá, essa aguaceira toda nunca me privou do direito de andar de moto. Já com a tarde indo pras cucuias, finalmente cheguei a Caxambu. Cidadezinha grande, legal, bem cuidadinha, e com pessoas bonitas, pensa num lugar de pessoas bonitas, bem vestidas, me amarrei. ![]() Igreja em Caxambu. Igualmente amarradão eu fiquei nessa igreja verde que não se parecia com nada que eu tinha visto até então. ![]() Caxambu possui uma boa infra-estrutura de hotéis. São famosos os congressos realizados durante todo o ano na cidade. Suas ruas e praças são tranquilas e um passeio por elas completa ainda mais a paz propiciada pela natureza local. ![]() As versões para a origem do nome Caxambu são bem variadas. Há os que defendem que vem de duas palavras africanas, cacha (tambor) e mumbu (música), que designavam os instrumentos musicais utilizados pelos escravos africanos na época. Os batuques lembravam o borbulhar das águas. Além disso o morro em cujo sopé se localizavam as fontes tem uma forma cônica, semelhante ao do tambor africano, daí passou a se chamar Caxambu. Entretanto a versão mais aceita defende que a palavra vem do tupi catã (fazer borbulhas) e mbu (mesmo que pu, que significa ferver). Sendo assim a tradução mais próxima seria "bolhas a ferver" ou "água que borbulha". A afirmativa se sustenta uma vez que o local já era conhecido por este nome antes da chegada dos primeiros escravos. ![]() Igreja de Caxambu, Minas Gerais. Vocês sabiam que nesta pequena cidade concentra o maior complexo hidromineral do mundo? São 12 fontes de água mineral com propriedades diferentes, a maioria delas concentradas no Parque das Águas "Dr. Lisandro Carneiro Guimarães", tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha). ![]() Jardim da Igreja, poucas que vi assim. ![]() Escadaria principal, também a primeira que vi assim. ![]() Construção de destaque em Caxambu. Bom, com a chuva, como tempo ruim e já escuro, e eu com planos de dormir em São Lourenço, não tive outra escolha senão deixar a cidade sem ser explorada como eu gostaria. Chuva, não saber rodar pela cidade, e noite, definitivamente não combinam, peguei estrada rumo a São Lourenço. No meio do caminho, entretanto, parei em Soledade de Minas pra ver se tinha algo de interessante, e encontrei uma cidadezinha muito pacata. ![]() Igreja no alto de um morro em Soledade de Minas. Meus caros leitores, de moto foi um sacrifício subir pra chegar nessa igreja, imaginem a pé. Fiquei me recordando do meu tempo de acólito lá em Cuiabá, MT, quando ajudava na celebração na Matriz da cidade. Nas épocas festivas, onde se tinham as prossições pela rua, todo aquele paramento, aquele calor, não era fácil não, imagina subir um morro daquele, só na base da fé mesmo... E depois desse dia cheio, cheguei em São Lourenço já por volta das 21 horas. Rodei um monte, mas um monte pra poder achar um local pra pernoitar que não fosse uma facada. Finalmente encontrei a Pousada do Barão, calma calma, não é o nosso Barão aqui do fórum, mas o cara lá tinha morado 18 anos no rio, deve ser irmão...rs. ![]() ampolas de cevada, mais um banho, agora de água quente, comi e fui dormir. E assim se encerrou mais um dia desta prazeirosa viagem de férias. - Rogério I. Domingues - 28-01-2009 Mais uma vez.......... parabéns pela riqueza dos relatos !!! muito bom o humor, a aula de história, os documentários, fotos, mas sinceramente faltou a foto do casal simpático !!! Continua aí tio... Abraço. - Martinez - 28-01-2009 Rogério I. Domingues Escreveu:Mais uma vez.......... parabéns pela riqueza dos relatos !!! Pois pois pois... Foi o que escrevi, eu até peguei a câmera na mão pra tirar uma foto escondido, mas o casal foi tão simpático comigo que não achei justo não atender ao pedido da simpática senhora. Ela disse que não queria ser fotografada; achei que não estaria em paz comigo se fizesse exatamente o contrário, depois de tão grande credulidade para comigo. - Rogério I. Domingues - 28-01-2009 Martinez Escreveu:Rogério I. Domingues Escreveu:Mais uma vez.......... parabéns pela riqueza dos relatos !!! oras pois , esclarecendo : eu quis dizer que faltou a foto do casal para que os companheiros pudessem ver e conhecer os simpáticos velhinhos que lhe proporcionaram alguns minutos de paz e carinho. não quis dizer que você deveria ter pego sua máquina na penumbra e "roubado" uma foto deles. devemos sempre respeitar a vontade dos outros , mesmo que isso não seja exatamente a nossa vontade. esclareci ( é o famoso digitado e não falado ) abração e continua o relato aí Obs.: tá fartando os videos ainda - Martinez - 28-01-2009 Rogério I. Domingues Escreveu:eu quis dizer que faltou a foto do casal para que os companheiros Ômi seu mininu... sou capaz de apostar que se alguém de nós passar por lá novamente, a chance de encontrar tal casal de velhotes sentados na praça contando moscas é grande hein... ![]() Alguém se habilita??? 8) Aposto que se virem um casal de velhinhos na tal praça, ambos de estatura média, ela de cabelo loiro (bom, era loiro... ![]() escura, cabeça redonda ![]() ![]() - Douglas Torres - 02-02-2009 Acabou a viagem??? O cartão de memória perdeu as fotos? O cérebro do cabeçudo cozinhou com o pós-doc???? Tamos esperando.... Abração - Martinez - 03-02-2009 Estou esperando virar a página seu kbça de pistão... ![]() - Nelson MG - 03-02-2009 Vou ajudar no IBOPE....... Vira, vira virou???????? - RED - 03-02-2009 Vamos ajudar "el cabeçon" e virar logo esta página... ![]() Abração Martina véio. Um show de relatos e de fotos! RED nunca vi tanta igreja...hihihi - RED - 03-02-2009 Má que côsa hô, não virou a página né... vamo, vira aí ô... kkkkkkkk RED |